17.8.13
Ídolo exaltado
– Ama, moleque, ama!
Assim não, menino, chama-na de eleita,
vira, assim, mais para a direita,
presta atenção, tira essa poesia do ouvido,
escuta, pelo que o mundo é movido?
– Ouço só homens com a boca cheia
de carne de gente
gritando contra aqueles que em seus calcanhares
fincaram os dentes.
Os mais ferozes recebem o mais alto louvor
e dizem que amor
é quando a fome de companhia que se sente
alivia-se escolhendo um só na arena
para não chamarem de oponente
– Não, não; não sejas profano,
o Amor a Deus não é o primeiro mandamento,
Vênus é a maior dos olimpianos.
Tua amada não é bela amiga na vida,
é tua existência toda, a todo momento;
teu deus, tua perpétua alegria.
– Tudo?
Ela é a presença mais desejada,
quando deixo a couraça,
rio e amo, enfim em casa.
Mas Vênus é bela exatamente
porque não se dá a fingir-se solene.
– Não, não, preenche tudo, rapaz.
– Ah... Assim?
– Não.
É.
Agora sim. Assim. Eu gosto assim...
Isso... Isso... Muito bem... Continua...
Quero que os olhos e os ouvidos cerres,
E o mundo será aquele que escolheres.
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